Comte: lógica etapista, positivismo e conservadorismo intelectual - O Cientificismo como força motriz da reação imperialista
03/03/2020

Por Felipe Lustosa, Historiador e Filósofo
Em sua obra "Curso de filosofia positiva", Comte lança os pressupostos metodológicos do que ficaria conhecido como positivismo-filosófico, descrevendo como funcionaria a "Lei dos três Estados" pela qual passariam os Estados Nacionais modernos e as civilizações, em geral. A lupa de Comte estava voltada para o ocidente -como bom eurocêntrico que foi, durante toda a vida-; é Comte, o teórico que busca legitimar e coroar com um loureiro o imperialismo e a dominação do terceiro mundo pelos países ocidentais de capitalismo aprimorado, os quais, se digladiariam por um quinhão da África e da Ásia durante o século XX nos anos que antecedem a primeira Grande Guerra Mundial.
Para Comte, toda civilização [contemporânea ou antiga] encontrava-se em níveis distintos de desenvolvimento mental, psicológico, material, espiritual, em suma: cultural. Estes níveis e sub-níveis obedeceriam, para o autor de "Catecismo Positivista", o seguinte padrão: O primeiro estágio -pelo qual toda conformação societária teria de passar obrigatoriamente, seria a Fase Teológica.
Neste estágio, Deus seria um ente onipresente [no início], um ente dotado de energia terraformadora; não obstante, seria Deus o demiurgo da matéria, do cosmos, dos sentimentos humanos e da socialidade cotidiana, i.e, de como se dão as relações humano-societárias entre seres genéricos. O Deus transcendente plasmaria a imanência e ademais, o seu devir e o mundo natural teriam provindo de uma gênese mítica. A consciência do homem-teológico, para Comte, seria por sua vez a "consciência púbere", porém, por ser uma consciência humana, seria também totalizante e se aprimoraria no devir [no vir a ser], ou seja, esta -ainda que infantilizada- conteria em germe, a "potência dinâmica" capaz de elevar e alavancar o "espírito púbere" à Fase Positiva.
Neste estágio, Deus seria um ente onipresente [no início], um ente dotado de energia terraformadora; não obstante, seria Deus o demiurgo da matéria, do cosmos, dos sentimentos humanos e da socialidade cotidiana, i.e, de como se dão as relações humano-societárias entre seres genéricos. O Deus transcendente plasmaria a imanência e ademais, o seu devir e o mundo natural teriam provindo de uma gênese mítica. A consciência do homem-teológico, para Comte, seria por sua vez a "consciência púbere", porém, por ser uma consciência humana, seria também totalizante e se aprimoraria no devir [no vir a ser], ou seja, esta -ainda que infantilizada- conteria em germe, a "potência dinâmica" capaz de elevar e alavancar o "espírito púbere" à Fase Positiva.
Vimos que para Comte, o homem neste estado primordial, se assemelharia "a uma criança" e para o "pai da sociologia", as crianças estariam mais inclinadas a crerem em entes onipresentes, onipotentes e fantasiosos, dotados de poderes ocultos e fantásticos [como os heróis, por exemplo].
Os fenômenos naturais, neste estágio de "infantilização da consciência e do espírito humano", seriam remetidos às vontades e caprichos de um demiurgo-criador, seu humor regeria a terraformação da physis, não obstante, o mundo humano. Para ele, é através da "generalidade decrescente" e da "complexidade crescente" que esse estado primal [a Fase Teológica], se subdivide em três etapas: no estágio animista [também conhecido como estágio fetichista da ânima ou alma] onde o homem anima objetos físicos na busca por repostas objetivas que abrolham em condição de urgência e imediatidade em relação direta com o cosmos e mediante a sua concretude posta, no estágio Astrolátrico [onde crê nos astros e nas forças do zodíaco] e no Teológico, onde surgem questões de caráter contingente e questões imanentes e os deuses assumem, por fim, a forma ou faceta humana. Estes homens comportariam-se mediante as aflições mundanas, para o pai do Positivismo, como se tivessem ainda em sua idade tenra [erigindo totens, moais, vodoos, zemis e etc] e mais tarde criariam os panteões do politeísmo e um deus uno. Eles depositariam sua esperança e vontades nas formas animadas, nos astros, nas forças cósmicas inacessíveis ao saber, nos titãs e depois em Jeova, Cristo e Alá.
Os fenômenos naturais, neste estágio de "infantilização da consciência e do espírito humano", seriam remetidos às vontades e caprichos de um demiurgo-criador, seu humor regeria a terraformação da physis, não obstante, o mundo humano. Para ele, é através da "generalidade decrescente" e da "complexidade crescente" que esse estado primal [a Fase Teológica], se subdivide em três etapas: no estágio animista [também conhecido como estágio fetichista da ânima ou alma] onde o homem anima objetos físicos na busca por repostas objetivas que abrolham em condição de urgência e imediatidade em relação direta com o cosmos e mediante a sua concretude posta, no estágio Astrolátrico [onde crê nos astros e nas forças do zodíaco] e no Teológico, onde surgem questões de caráter contingente e questões imanentes e os deuses assumem, por fim, a forma ou faceta humana. Estes homens comportariam-se mediante as aflições mundanas, para o pai do Positivismo, como se tivessem ainda em sua idade tenra [erigindo totens, moais, vodoos, zemis e etc] e mais tarde criariam os panteões do politeísmo e um deus uno. Eles depositariam sua esperança e vontades nas formas animadas, nos astros, nas forças cósmicas inacessíveis ao saber, nos titãs e depois em Jeova, Cristo e Alá.
Em seguida [após a fase animista], para Comte, surge a fase panteísta e politeísta, onde os homens criam um multiverso de deuses, cada qual para uma teleologia (ou função), associando-os aos elementos fundantes do cosmos [fogo, água, terra e ar]. Por último, em um universo onde a ciência engatinha, chegariam ao estágio final da Fase Teológica, o estágio Monoteísta, que seria, para Comte, a fase mais madura do homem-teológico, onde este fundamentaria os princípios racionalizantes de sua doutrina sincrética, instituindo um deus uno à sua imagem e semelhança e "acreditando piamente ser esta afirmativa, o seu contrário" [isto é, que deus teria criado o homem, e não, o oposto]. Neste estágio, o homem-teológico dota seu Deus antropomórfico de razão e de piedade [dois dos "quesitos triplos" mais imprescindíveis ao homem tal como eram necessários para a doutrina positiva, os quais são, para Comte o sentimento de "irmanamento", a "ordem" e a "razão progressiva"].
Quanto ao conceito de Atividade Prática, nesta fase [na Teológica], a atividade prática é "conquistadora": os homens expandem sua "partícula positiva" através dos êxodos, das anexações forçadas (guerras) e pelo poder material das armas, i.e, dos desterros, do ímpeto belicista, através de cruzadas, das conquistas de territórios infiéis [e reconquistas]. A segunda etapa, seguindo a escala societária-evolucionária Comtiana, seria a Fase Metafísica.
Nesta fase [a Metafísica], os homens descreem de que seu destino seja algo predestinado por um demiurgo onipresente e onisciente, porém, esta humanidade "de novo tipo" ainda é absolutamente religiosa: Estes homens, ao mesmo tempo em que creem em um Deus, substituem este Deus figurativo e alegórico [Messias ou Jeová] pelas crendices da vida terrena, por forças fantasiosas que inexistem mas que crêem existir, pela individuação do único em relação direta com sua propriedade, pelos "mistérios da vida", pelos caminhos e descaminhos do vício, pelo espiritualismo frívolo, pelo ocultismo, pela astrologia, signos e etc.
Para Comte, é nesta fase que ganham força as religiões pentecostais -tanto na França, quanto na Alemanha- , algo que fora um subproduto das reformas religiosas do século XVI. Segue-se em marcha após o século XVI a época das revoluções burguesas, em especial, em Inglaterra, com a Revolução Gloriosa do Séc XVII. Ademais, segue-se pari passu a este acontecimento a perda de hegemonia do judaísmo nos países ibéricos e do catolicismo em França, com a ascensão os Huguenotes e eclosão do secularismo iluminista: agora, o reino da terra não é mais um reflexo invertido do mundo transcendental, daquilo que decorre no mundo metafísico. Era antes, o mundo profano sua sombra imperfeita. Porém, o acesso ao reino de Deus passa a seguir a lógica burguesa da meritocracia, do solipsismo e da mercadoria, sendo o Deus Pentecostal um Deus mascate; para Comte, seria um ditado calvinista: "Deus ajuda quem cedo Madruga para laborar e auferir com o suor de sua testa" e o protestantismo (por ser uma religião da burguesia) teria atirado o homem nas tavernas, na prostituição e na vida sem moral, onde valeria tudo para que se auferisse.
Nesta fase [a Metafísica], os homens descreem de que seu destino seja algo predestinado por um demiurgo onipresente e onisciente, porém, esta humanidade "de novo tipo" ainda é absolutamente religiosa: Estes homens, ao mesmo tempo em que creem em um Deus, substituem este Deus figurativo e alegórico [Messias ou Jeová] pelas crendices da vida terrena, por forças fantasiosas que inexistem mas que crêem existir, pela individuação do único em relação direta com sua propriedade, pelos "mistérios da vida", pelos caminhos e descaminhos do vício, pelo espiritualismo frívolo, pelo ocultismo, pela astrologia, signos e etc.
Para Comte, é nesta fase que ganham força as religiões pentecostais -tanto na França, quanto na Alemanha- , algo que fora um subproduto das reformas religiosas do século XVI. Segue-se em marcha após o século XVI a época das revoluções burguesas, em especial, em Inglaterra, com a Revolução Gloriosa do Séc XVII. Ademais, segue-se pari passu a este acontecimento a perda de hegemonia do judaísmo nos países ibéricos e do catolicismo em França, com a ascensão os Huguenotes e eclosão do secularismo iluminista: agora, o reino da terra não é mais um reflexo invertido do mundo transcendental, daquilo que decorre no mundo metafísico. Era antes, o mundo profano sua sombra imperfeita. Porém, o acesso ao reino de Deus passa a seguir a lógica burguesa da meritocracia, do solipsismo e da mercadoria, sendo o Deus Pentecostal um Deus mascate; para Comte, seria um ditado calvinista: "Deus ajuda quem cedo Madruga para laborar e auferir com o suor de sua testa" e o protestantismo (por ser uma religião da burguesia) teria atirado o homem nas tavernas, na prostituição e na vida sem moral, onde valeria tudo para que se auferisse.
Nesta fase, o homem opera um salto qualitativo em sua cotidianidade, com relação ao avanço das forças produtivas e com relação o aprimoramento de suas forças próprias e forças cognoscitíveis. Comte denomina isso de "Atividade Prática de cunho proto-industrial" ou de "industrialismo". Estamos no final do Século XVIII e neste tipo de sociedade urbanizada-capitalista, Jeová perde seu sentido mítico, o deus judaico cristão não possui mais a forma patriarcalista e monolítica do Jeová hebraico [da era do bronze], não é mais o Deus colérico que afoga sua criação em dilúvios, ele converte-se, primeiro, no deus dos reis modernos sob a corporatura de Cristo, mais adiante no Deus dos Estados Nacionais, depois no deus da Inquisição, e então no deus das barganhas, do mercantilismo e do capitalismo monopolista, isto é: o Deus da era do bronze torna-se um deus burguês por excelência na era Contemporânea, ele explica melhor o mundo do que seu antecessor beligerante, sendo este Deus, o reflexo do homem burguês-cidadão partejado pela Revolução Burguesa, ademais, o reflexo do dinheiro: o ente medianeiro da criatura profana.
Neste ínterim, para Comte, os homens passam a apostar mais em seus próprios esforços, passam a conhecer melhor a natureza, passam a organizar um conhecimento enciclopédico, uma metodologia científica [o cientificismo torna-se para ele, o embrião da próxima fase, a Fase Positiva], está fase de confusão e tortuosidade [a metafísica], também é denominada por ele de "Fase Filosófica", ela dura do renascimento até a época de Comte e para ele, este ''novo homem'' da Fase Metafísica, é um homem peculiar: um sujeito com novas aquisições ontognoseológicas, científicas e subjetivas, é ademais, um sujeito individualista, pois se enxerga tanto quanto animal, quanto como cidadão: ele está no centro do mundo, é um ser da experimentação e da empiria, ainda marcado pela religiosidade, porém, não tanto quanto na era anterior [i.e, na teológica]; a inquisição se fora e com isso, levara junto consigo os avantesmas persecutórios os quais assombravam o livre-pensar; mas neste terreno vago, fora o liberalismo o novo credo ideológico que culminou ganhando corações e mentes por meio dos valores iluministas, de um deus mecenas e da sociedade contemporânea [já com o poder tripartido], este cidadão-burguês se adequou à nova ordem capitalista e Comte, ainda que um reacionário e um moralista, é bastante claro quanto a isso: "primeiro a renascença, depois o iluminismo, tornavam-se a quintessência da Fase Filosófica, mas também fazia ressaltar a decadente ordem moral emanada pelo espírito burguês."
Neste ínterim, para Comte, os homens passam a apostar mais em seus próprios esforços, passam a conhecer melhor a natureza, passam a organizar um conhecimento enciclopédico, uma metodologia científica [o cientificismo torna-se para ele, o embrião da próxima fase, a Fase Positiva], está fase de confusão e tortuosidade [a metafísica], também é denominada por ele de "Fase Filosófica", ela dura do renascimento até a época de Comte e para ele, este ''novo homem'' da Fase Metafísica, é um homem peculiar: um sujeito com novas aquisições ontognoseológicas, científicas e subjetivas, é ademais, um sujeito individualista, pois se enxerga tanto quanto animal, quanto como cidadão: ele está no centro do mundo, é um ser da experimentação e da empiria, ainda marcado pela religiosidade, porém, não tanto quanto na era anterior [i.e, na teológica]; a inquisição se fora e com isso, levara junto consigo os avantesmas persecutórios os quais assombravam o livre-pensar; mas neste terreno vago, fora o liberalismo o novo credo ideológico que culminou ganhando corações e mentes por meio dos valores iluministas, de um deus mecenas e da sociedade contemporânea [já com o poder tripartido], este cidadão-burguês se adequou à nova ordem capitalista e Comte, ainda que um reacionário e um moralista, é bastante claro quanto a isso: "primeiro a renascença, depois o iluminismo, tornavam-se a quintessência da Fase Filosófica, mas também fazia ressaltar a decadente ordem moral emanada pelo espírito burguês."
A Fase Filosófica é uma fase conturbada, visto à quantidade de motins, de descontentamentos e de revoluções decorrentes neste ínterim -contra o Antigo Regime. Este homem-metafísico, burguês-cidadão, ainda não é um tecnocrata da ciência como quisera ele, porém, para Comte, possuia a partícula da "positividade" em seu vir-a-ser de "homem positivo". Ele ainda cultivava a crendice, porém, agora atribuia suas conquistas pessoais não mais às deidades, mas ao seu próprio esforço, algo proveniente, por certo, das relações objetivas e materiais entre seres sociais e natureza e (como não poderia ser diferente), entre eles próprios, os sujeitos, relações das quais decorrem e eclodem a ordem societária e o próprio modo de produção, tão negligenciado pelo pai da Sociologia.
Como dito antes, o homem burguês-contemporâneo ainda está preso às crendices, aos dogmas, mas agora os homens creem na própria sorte e no seu auto-movimento, ainda que supersticiosos e depositários da auto-ajuda, dos espíritos, dos segredos velados de Deus [sem que este seja agente], do eterno retorno, do sincretismo e Etc. É a sua "força oculta de vontade" o seu "ímpeto em desbravar o novo" o que dá a tônica nesta "Etapa ou fase filosófica". Este homem, para Comte, convertera-se no ocidental supersticioso e só a fase positiva poderia elevar seu espírito e sociabilidade à uma nova faceta ontopositiva. A Atividade Prática nesta fase, é "Defensiva": isso significa dizer, que as guerras internas [revoluções] abrolham no seio dos homens porque, segundo Comte -querendo atingir de morte a filosofia de Rousseau-, "estão sob influencia de ideologias estranhas" aquelas que permearam a revolução francesa de 1793, dispara Comte. -E aqui entendemos o porquê de Marx ter enorme asco de Comte-, diz o pai da Sociologia:
Como dito antes, o homem burguês-contemporâneo ainda está preso às crendices, aos dogmas, mas agora os homens creem na própria sorte e no seu auto-movimento, ainda que supersticiosos e depositários da auto-ajuda, dos espíritos, dos segredos velados de Deus [sem que este seja agente], do eterno retorno, do sincretismo e Etc. É a sua "força oculta de vontade" o seu "ímpeto em desbravar o novo" o que dá a tônica nesta "Etapa ou fase filosófica". Este homem, para Comte, convertera-se no ocidental supersticioso e só a fase positiva poderia elevar seu espírito e sociabilidade à uma nova faceta ontopositiva. A Atividade Prática nesta fase, é "Defensiva": isso significa dizer, que as guerras internas [revoluções] abrolham no seio dos homens porque, segundo Comte -querendo atingir de morte a filosofia de Rousseau-, "estão sob influencia de ideologias estranhas" aquelas que permearam a revolução francesa de 1793, dispara Comte. -E aqui entendemos o porquê de Marx ter enorme asco de Comte-, diz o pai da Sociologia:
"estes homens em estado de confusão espiritual, colapsam o Estado e a sociedade civil, por inteiro, porque são como "animais" que destroem aquilo que não compreendem: a base cívica, a moral, o direito, o progresso e a ordem". (Curso de filosofia Positiva)
Na terceira fase [a Fase Positiva] institui-se, finalmente, a "Religião da Humanidade", o positivismo no plano imanente e espiritual, deixaria ele de ser uma compêndio teórico-metodológico e uma filosofia e tornar-se-ia ideologia e religião de Estado, não obstante, tornar-se-ia força espiritual capaz cunhar norte-consensual & dirigente, de demover montanhas!, I.e, de nortear os homens à virtude [à Partícula Positiva] e de inibir seus impulsos coléricos, "feríficos", solipsistas e animalescos a la Hobbes. Na fase Positiva, para Comte, o positivismo se tornaria a regra imprescindível: todo fenômeno natural, físico, químico e social são agrupados, descritos, catalogados metodicamente e esquadrinhados por um corpo de burocratas-analíticos; a sociologia , por outro lado, seria, portanto, um compêndio analítico, um ferramentário de campo caudatário das ciências exatas apta à desvelar o movimento societário e suas "leis naturais", a sociologia seria descrita por Comte como "Física"; mas uma física muito especial: a Física Social.
Dentro do que chamou Comte, de "as sete ciências fundamentais", que eram: Astronomia, Biologia, Psicologia, Física Social, Matemática, Química e Moral Cívica, todas tornavam-se, na fase positiva, tributárias da Física Newtoniana, estes fenômenos, na fase positiva, encontrariam simplesmente sua total resolução: o homem conheceria a "coisa mesma", "a coisa em-si" ou o "Noúmeno" em todas as suas particularidades e nuances.
A explicação se daria por meio da empiria, dos meta-esquematismos, dos dados acumulados e coletados em eras anteriores de "eclipsamento da razão" e por meio de uma epistemologia positiva [o empiriocriticismo] o próprio homem positivista finalmente, por meio do cientificismo, des-obnubilaria a imanência e desvendaria suas leis essenciais. Na Fase Positiva, o homem "atingiria" suas plenas potências cognoscentes e espirituais; e, para Comte, a ciência, tornar-se-ia a mola mestra responsável por este tipo de sociedade ultra-racionalizada e pelo "progresso" conservador, pautados e intercedidos por uma forma de "Ditadura tecnocrática" a la Platão, consignada por técnicos-científicos, engenheiros, juristas e legisladores, [os aptos a governar, que na "República" de Platão, ganhavam tônus nos filósofos-reis].
Dentro do que chamou Comte, de "as sete ciências fundamentais", que eram: Astronomia, Biologia, Psicologia, Física Social, Matemática, Química e Moral Cívica, todas tornavam-se, na fase positiva, tributárias da Física Newtoniana, estes fenômenos, na fase positiva, encontrariam simplesmente sua total resolução: o homem conheceria a "coisa mesma", "a coisa em-si" ou o "Noúmeno" em todas as suas particularidades e nuances.
A explicação se daria por meio da empiria, dos meta-esquematismos, dos dados acumulados e coletados em eras anteriores de "eclipsamento da razão" e por meio de uma epistemologia positiva [o empiriocriticismo] o próprio homem positivista finalmente, por meio do cientificismo, des-obnubilaria a imanência e desvendaria suas leis essenciais. Na Fase Positiva, o homem "atingiria" suas plenas potências cognoscentes e espirituais; e, para Comte, a ciência, tornar-se-ia a mola mestra responsável por este tipo de sociedade ultra-racionalizada e pelo "progresso" conservador, pautados e intercedidos por uma forma de "Ditadura tecnocrática" a la Platão, consignada por técnicos-científicos, engenheiros, juristas e legisladores, [os aptos a governar, que na "República" de Platão, ganhavam tônus nos filósofos-reis].
A sociabilidade é remetida à ideologia positiva a qual deve ser universalizada e promovida à culto propagado por círculos esotéricos e dominicais cada vez mais abrangentes. A atividade prática, por sua vez, seria industrial ou industrialista: neste tipo de atividade prático-positiva, os problemas seriam simplesmente "solucionados" e "suprimidos" pela "ciência pura" e pela técnica. O positivismo, para Comte, além disso, "pacificaria" o ser humano, sujeitaria de caridade seus corações coléricos, inibindo os impulsos ferinos e os instintos -que ele surrupia como contributo teórico à sua filosofia de Thomas Hobbes- , tornando o homem mais "amável" e "sociável" com sua raiz genérica: o próprio homem.
O homem para o autor é inatamente beligerante [outra contribuição pinçada do contratualista autor de o Leviatã] e como pressupõe as atividades práticas da fase Teológica e Metafísica, os conflitos humanos seriam previstos pelos técnicos e analistas positivistas "psicologicamente e espiritualmente superiores" e com base nos dados analisados pela "Física-Social", as cizanias "seriam evitadas". Na fase positiva, o ser humano atinge estágio "evolutivo-final", seu "upgrade mais aprimorado" espiritualmente e em termos de cognoscência, consciência e de moral-cívica.
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Referências bibliográficas:
Comte, Auguste; Curso de Filosofia Positiva, Coleção os Pensadores, 1999, São Paulo.
Engels, Friedrich; O Anti-Dhüring, Boitempo, 2008, São Paulo.
Lênin, Vladimir; Materialismo e Empiriocriticismo, Calvino, 1946, São Paulo.
